sábado, 30 de novembro de 2013

TODAS AS PALAVRAS



Todas as palavras são incompletas.
Não invento subjectividades.
Apenas são!
O bonito, o positivo, o apetecível.
Bardamérda para estes conceitos.
Chamem-me nomes. Chamem-me!
Não estou minimamente preocupado.
Desde novo, muito novo, que fujo.
Fujo a este meu mundo iluminado.
Procuro. Sim, eu sei que procuro,
todo o Iluminismo possível, mas hoje.
Digo muitas coisas, escrevo outras tantas,
com toda a inocência que me apetece.
Quando acordo, não vejo nada.
É o pandemónio personificado,
onde todos os positivismos teatrais,
me envolvem como o cheiro a café quente.
Sabe bem, sim.
Sabe bem absolutamente.
Mas a mistura, a acidez e o palato,
é tantas vezes acre demais para o meu gosto.
Sei que fica bem.
Sei que é bonito gente bonita.
E eu?
Desengonçado desdenho alguns elitismos.
Nem todos, mas o que não são,
todos os que gostavam de ser.
Todos os gestos são bonitos,
até comunismos caviares de trazer por casa.
Há idealismos que ficam bem.
Parafrenália de sapos fumadores,
que rebentam à primeira tussidela.
As palavras, são o que são.
Muitas, boas, más, horríveis,
lindas, afáveis, sonhadoras, tudo...
Tudo neste mundo nasce e morre,
tudo é incompleto!

30NOVEMBRO2013

A QUEDA DE UM ANJO




Voam todos os anjos,
mesmo de asas escondidas.
Caindo, não se perdem,
há apelos a todas as memórias.
Perde-se o corpo, desfeito,
choram-se lágrimas de saudade,
misturados sorrisos, estranhos
indiscriminadamente incrédulos.
Ser humano é a base inquieta,
o afogar de todas as margens,
nem sempre um só Deus chega.
Perder estúpidamente um amigo,
pela queda de todos os anjos.


30NOVEMBRO

(Dedicado ao amigo e companheiro de andebol
 leonino, José Carlos Soares, falecido ontem
na queda de avião entre Angola e Moçambique)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CRIANÇA




Servil razão,
pedaço crú,
vida vil.
Esfomeada.
Desprezada.
Nada me aquece,
nem a alma.
A dor fica,
imatura e inerte.
A memória,
cruel,
nunca esquece,
são imagens.
A dor é pranto,
o meu, de seco,
corroi-me a vida.
Sorriso...
Um sorriso que seja,
preciso!
Um beijo,
um só beijo,
na primeira criança.
Desprezível mundo,
abusadora essência.


28NOVEMBRO2013

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

SOBREVIVO



Particularmente, repito-me
Sobre todas as coisas.
Este ritual próprio,
Ecoa como papel amarrotado.

O acto de pensar.
Respostas que serão
Talvez, um dia minhas.

Papel químico de todos os dias.
O vácuo da perspectiva,
Um ponto imaginário,
Como todas as dúvidas.

A simetria dos sonhos,
Deixa-me abstrato do sério,
De toda a geometria lógica,
Onde as permissas subtraidas,
Já não fazem sentido.

Perseguirei eu o quê?

A repetição, eu sei.
As dúvidas ficam,
Certezas já não existem,
Respostas são rituais.

Sobrevivo.


25NOVEMBRO2013

QUERO IR !




Simples, a vida.
Adiada a permanência,
Todos os desejos.

Um brilho nos olhos.
Um acordar lento.
Um sorriso solitário.

Um "bom dia".
Um beijo,
Uma mão,
Insegura a pele nua.

Um cheiro no ar,
Um corpo encostado.
O sol que aquece.
Fantasiar e permanecer.
Penetrar.

Morrem as folhas,
Piam os pássaros.
Nem felizes nem tristes,
Mas piam.

Apetece sair daqui.
Sem sonho,
Indefinidamente.
Partir!

Simples a vida.
Adiado o grito.
Simples a saída.
Só eu, o aqui aflito.

Quero ir!

25NOVEMBRO2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A RAZÃO




Facilmente me distraio com o tempo e,
De fio a pavio pouco ou nada encontro.
Perco-me de tudo, até de mim próprio.
Distraio-me com os comportamentos,
até tornar o meu secundário.
Ninguém tem culpa de nada!
Ninguém! Absolutamente ninguém.
Toda a gente procura o que é certo,
Toda a gente assume a sua indiferença.
Eu, disfarço com (alguma) falta de atenção,
Pretendo não fazer aquilo que faço.
Às vezes, já não sei se estou certo.
Confundo-me tanto!
Confundo-me essencialmente a sós,
Com a confusão de tantos outros.
Mas assumo a minha razão,
Arriscando um carimbo crítico.
Apesar de tudo, convicto.
Estou certo da indiferença que presto.
Este hábito é polémico, eu sei.
Deveria preocupar-me comigo.
A conclusão a que chego,
Tem um "cordão" comum a todos.
Há algo de ínicio ou final comuns.
Há uma linha invísivel que nos une,
Mesmo na crueldade da indiferença.
A realidade é um conceito sensível que,
"Justifica" todas as reacções humanas.
A razão. A atitude da vida,
Tem de ser vivida "in loco" para ser sentida.
O imaginário, mesmo memória,
Mesmo presente ou futuro,
Tem as sensações alteradas, em créditos
Adaptados à vontade e previsão do aceitável.
A multidão atrai-me por isto.
A panaceia de comportamentos que,
Isolados e provocados pela Humanidade,
Se concentram em actos individualistas,
Quase homogénios e previsiveis.
O Homem nasceu complicado.
Muito complicado!
A Humanidade cria um exame permanente,
Sem filtrar a real razão da existência.
Em grupo, é-me sempre difícil
Atingir o equilíbrio da simplicidade.
Afinal nascemos simples,
Afinal nascemos inocentes mas,
Crescemos ao contrário da razão.
A razão, é ser simples!

21NOVEMBRO2013

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

TANTOS NADAS




Depois,
porquês,
respostas,
um nada.

Despedidas.
Religião,
fé e conforto,
um nada.

Amor,
desejo,
saudade.

Tantos nadas.


20NOVEMBRO2013

TÃO PERTO...




Deixarei passar estes momentos,
Como pequenos passos incertos
Na aprendizagem da verticalidade.
A admiração recorrente será simples,
Como todas as pequenas inimosidades,
Que se aprendem por desconfiança.
Apenas soletrar o verbo certo,
Acreditar na composição da vida,
Ouvir um som divino intemporal.
Serenidade absoluta como destino,
A tal sincronia cósmica individual,
Que só mesmo alguns entendem.
Porque pensam
Apenas porque pensam!
São momentos tão próximos,
São toques indeléveis e supremos.
São maestros de todo o sempre,
Eleitos por egoísmo consciente.
E ainda bem!
Ainda bem que existe egoísmo.
Todo o egoísmo divino,
Que afunila a criatividade.
Assim se concentra o virtuoso,
Assim se sente a genialidade.
Assim eu oiço um trecho de Bach.
Agora,
Tão perto do dívino.

20NOVEMBRO2013

NÃO SEREI EU O ÓDIO



Nunca serei eu o ódio,
Depois de todos os finais.
Vil enfermo sentimento,
Cada vez mais imenso,
Por tanta falta de tacto.
Receio tanto este poder,
Que apenas o ódio provoca.
Receio as ruinas,
Os farrapos e corpos,
Tudo que no fim resta.
Estou ansioso, confesso.
Todos os adjectivos
Receosos que encontrem,
Me assentam agora.
Um país e um mundo,
Tão estranho e imundo,
No ódio que será criado.
Pois tenho receio,
Muito receio do Homem.
Prefiro os autores,
De letras e de cores,
Que me filtram a memória.
Tenho medo de proximidades
De apelos sem vontades e,
Resultados menos práticos.
Pelo que sofre o meu país,
Tenho receio do que se diz
Do que se fala e se abusa.
Não serei eu o ódio,
De mim sei esta certeza,
Dos outros... não.

20NOVEMBRO2013

terça-feira, 19 de novembro de 2013

VOCÊS CRIANÇAS



Apenas vocês crianças me atrapalham.
Apenas vocês crianças me tornam frágil.
Tenho repulsa pelas notícias que leio,
Crianças como resultado da fraqueza humana.
O resultado não são as crianças,
O resultado é o que sofrem por imposição,
Apenas por nascerem sem saber disso.
Mete-me nojo esta apatia degenerada,
Mete-me nojo o crédito dado,
A todas as causas desta peste humana.
Mete-me nojo a fome premeditada.
Sinto-me frustrado por estar impune.
Já não sei se o estou, ou se também a mim
Me falta a coragem de partir,
Para um qualquer lugar e amparar os inanimados.
Será medo! Tenho a certeza do meu medo.
Da falta de forças que me irá assaltar,
De perder estribeiras e matar alguém que o mereça.
Ninguém o merece eu sei.
Mas então, porquê as crianças ?
Tanta possibilidade que existe realmente,
Tanta opção real que todos sabemos.
Então, porque não? Então?!
Às vezes apetece-me ser cruel,
Invertendo os polos sociais,
Fazer dos filhos de quem governa,
Os esfomeados de amanhã. Deus me perdoe!
Será que só assim reajam?
Se o for, que seja pois já chega.
Já chega de tanto sofrimento ultrapassável!
Queria tanto ser Deus e fulminar os idiotas.
Queria tanto ser Deus e beijar as crianças.
Vocês crianças, são o que falta.
Vocês crianças, são o que existe.
Vocês crianças, são a alma do Mundo!


19NOVEMBRO2013

MAIS UM DIA

Talvez me apeteça a dor.
Um laivo de saudade,
Uma sensação de estar sózinho.
Por estranho que pareça,
Sabe bem uma dor disfarçada.
Quando acordo, acorda o vazio,
Que afinal me preenche o corpo.
Não me regulo pela diferença,
Não consigo evitar rituais.
Invadem-me os sons da Vida,
Internos e absolutistas,
Externos abusadores da paciência.
As imagens sucedem por si só,
A realidade de mais um dia.
Perdem-se as outras, a ilusão
Adormecida que me renova a alma.
Preciso de coragem para acordar.
Existir não passa de um desafio,
Tão permanente como o tempo.
O cheiro a café, faz a diferença
onde o ritual me acalma e me desliga
de tantos pensamentos estranhos.
Interrupção de sonhos, a manhã.
Realidade e os desafios que preciso,
E é mais um dia, vivo, por este mundo...

19NOVEMBRO2013

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

CHEGAR OU PARTIR



Cheguei.

Sem saber,
Apenas cheguei.
Não incomoda a razão,
A apreciação ou o sentido,
Apenas usurpo um espaço.

Saio à rua.
Saio do útero.

Cheguei,

Sem saber,
Sem querer, mas
Cheguei.

Se foi difícil?
Não por muito tempo.
Chegar, só por si,
Não justifica a permanência.

Estar,
Existir,
Nem sempre é bom,
Há dependência,
Inocência imposta,
Fragilidade abusiva.

Até partir.

Só o chegar é imposto.

Não pedi nada!
Estou preso;
Ainda preso à chegada.

Se fosse eu,
Agora e imediatamente,
Partia sem ter chegado!

18NOVEMBRO2013

sábado, 16 de novembro de 2013

A FALTA



Tentei fugir
a este mundo.
E tento
Tantas vezes!

Tudo é transparente,
Paredes,
Portas fechadas.

Doi-me o corpo
Por tentar
Tantas vezes!

A redoma,
Supostamente frágil,
Prende-me.
Quase sempre.

Só a luz não chega.
Falta-me o ar,
Falta-me o cheiro,
O tacto.
Falta-me tanto!

Não fiz mal,
Nem fiz nada
Absolutamente nada.

Falta-me tudo.
Falta-me...
Tanto!

16NOVEMBRO 2013

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

SEI QUE FAÇO PARTE



Desencantam-me por martírio,
As formas penalizantes da vida.
A sofreguidão da dor.
Incansável  mistério desejado,
Afunilando choros falsos,
Em barris de intenções, já
Afogados na miséria dos outros.

Servirei algo supremo,
Com o ânimo das obrigações?
Arcaico seja o exemplo
De tanta certeza inexplicável.

Rumam feixes de luz,
Em carapaças arquitetadas
Por zenites milenários,
Abençoados por todos
Os equinócios do tempo.

As linhas que me magnetizam,
Paralelas a todos os mundos,
Hemisférios, latitudes e longitudes,
São as linhas que unem os "mistérios".

Mesmo neste meu Mundo, agora térreo
Desviado por gravidade paralela,
A memória filtra-me a alma,
Muda-me as cores do Ego,
Apenas pelo sentido frágil da vida.

Esta vida, que reconheço e sinto,
Não me oferece certeza de futuro.
Outra vida, talvez ambígua e reencarnada,
Na perseguição da existência,
Talvez se resuma a um desenlace,
Que apenas prevejo diferente.

Sei que sim!
Sei que faço parte!
De Tudo e de Nada.

15NOVEMBRO2013

BAIRRO VELHO




Só oiço o eco de passos.
Não vejo absolutamente ninguém,
Resisto a este mundo paralelo.
De longe um som metálico.
Carroças que galgam calçadas,
Em basaltos desordenados e soltos.
Menos intensos, outros metais
Crianças empurrando rodas,
Uma correria saudável no tempo.
Toda a imagem tem uma névoa,
Uma moldura viva amarelada,
Um tempo gasto pelos séculos.
Os pregões competem, um vibrato,
Seguido por risos escondidos,
Tossidelas de tabaco barato,
Que o corpo habituado na tasca,
Conspurca o ar frio da manhã.
As varinas competem, airosas
Mão na cintura fugosa e manhosa,
Num arredondar de saiote peixeiro.
Sem dar nas vistas, nem perdendo pitada,
O padeiro apenas enche sacos vazios
Adormecidos nas portas velhas e rombas.
Ainda há bêbados chatos na rua,
Quase rendidos ao brilho do Sol e,
Às chagas das quedas da noite que,
O corpo cansado se vai rendendo.
Assentam os caixotes de legumes e fruta,
Na azáfama da mercearia de portas abertas.
Entregam-se as caixas às freguesas,
Pelos miúdos que procuram tostões.
Há uma vitrina que separa a sabedoria,
Do mestre mais admirado do bairro.
Enquanto a razura das barbas amolece
Em panos quentes, cabelos varridos na sargeta
São despojos de conversas iluminadas,
Por confusões criadas na vizinhança.
Há um cheiro saudável no ar,
O perfume não tem nada senão pestilento,
Apesar de sentir a pureza deste quadro vivo,
Imaginado num sonho de saudade.
Os bairros deixam apenas paredes,
Envelhecem a uma velocidade doida,
Que nós humanos não entendemos.
Falta-nos o espírito de aldeia nas gentes,
Falta-nos o respeito pelo mais simples e arcaico.
Falta-me a mim tanta coisa, que sonho...
Sonho que não tarda, estarei atrás do tempo
no reverso de um espelho rachado de velho.
Sonho... Apenas sonho.

15NOVEMBRO2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

EU E DEUS II




Talvez o meu corpo não sirva de nada.
Passo o tempo questionando tanta coisa.
Leio Pessoa, Ramos Rosa, Júdice ou Gedeão,
apenas fico mais desfocado pelo que sinto.
Leio tantos autores que não conheci,
mas no final do dia, depois do fim,
parecem os meus amigos de infância.
Puros e inocentes como eu, ou talvez não.
Todas as diferenças, eram para outras almas.
Só pensei no que penso sempre,
gosto de quem gosta, respeito quem respeita,
com todas as amizades por consequência.
Sei de tantas formas de tocar a felicidade.
Sei redigir uma página em tinta de limão,
oxidada pela sinceridade que só eu leio.
Neste momento, talvez me apetecesse fugir.
Fugir do mundo e das pessoas sem excepção.
Terei desfazamentos de personalidade, talvez.
Sigo toda a verdade do que sinto, não minto.
Apetece-me ficar aqui por meses seguidos.
Escrever as maiores hipócrisias possíveis,
sem ver um final premeditado. Desabafar...
Não sei o porquê mas apetece-me correr,
salpicar-me de água salgada à beira mar,
onde só as gaivotas se revoltam comigo.
Apetece-me uma ilha isolada do mundo.
Apetece-me festejar com todas as pessoas,
onde a boa intenção seja o salvoconduto.
Apetece-me apenas tudo, porque tudo faz parte.
Todas as premissas são a resolução do problema.
Todos os químicos que me podem ou não sarar,
são a base alquímica da minha pedra filosofal.
Tenho uma chama no peito, que me doi!
Tenho um fervor no sangue, que me agonia!
Talvez o corpo não me sirva de nada!
Talvez só eu e Deus nos entendamos.

14NOVEMBRO2013

PREFERÊNCIAS




Prefiro a inconsciência,
Sendo catálogo do desespero,
Com várias opções para dar.

Prefiro a irresponsabilidade,
Sendo fruto de tanta mentira,
Que nem sei como me chamo.

Prefiro a irreverência,
Sendo autómato de ilusões,
Gritando sempre que não.

Prefiro a indulgência,
Sendo vítima dos meus pecados,
Perdoados apenas com um sorriso.

Prefiro a falência,
Ser o provável desespero de causa,
Em todas as minhas impossibilidades.

Prefiro o Sonho!
Ser protagonista inconsciente,
Viver de forma irresponsável,
Continuar a irreverência,
Conduzir falências mentais
Alimentando o amor pela vida.

Sonhar é tudo!
Prefiro Sonhar!

14NOVEMBRO2013

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O FRIO



O frio fez-me sério.
Acutilou atitudes adormecidas.
Qualquer pensamento adormecido,
cresceu em afazeres temperados,
onde as formas e cores, me alteram.
Sou o mistério de mim próprio.
Uma fase sem alteração prevista,
sem ciência ou sagrada sofreguidão
que me altere margens de inteligência.
Amo a diferença das coisas.
Pintura, apesar do inanimado,
mexe toda a alma disponível,
quando só o poder da existência,
me aconselha o beijo da calma.
O frio que sinto,
é a fase premediatada dos objectivos.
O frio que sinto,
é calor fingido ou inanimado,
que por mais que queira, nunca existe!
O frio.
Sou eu,
O frio.


12NOVEMBRO2013

AMO TUDO



Cheguei ao final desejado.
Não sei se morro ou não.
Aliás, sei. Mas não quando.
Sei que vivo sem demasiadas regras.
Não ínfrinjo as que não devo,
mas abuso de todas que possa!
Sei sentir o que me rejuvenesce,
sei definhar o que me apoquenta.
O final, está aqui. Comigo.
Superstições inacabadas,
esperanças hipócritas,
interpretações silenciosas.
A miséria despropositada.
A chave do pensamento,
torna este movimento peculiar.
Nada do que me faz feliz,
me transforma por outros.
Sinto um egoísmo enorme!
Um egoísmo muito meu,
de tudo o que ofereço.
O Ego é como estômago vazio,
um estado letárgico,
apenas porque parece bem!
As pernas fraquejam,
o tronco ilumina uma auréola,
por força quase inexistente.
A muralha de uma vida fraca.
Quero acabar aqui!
Já!
Amo, mas apenas,
Tudo!

12NOVEMBRO 2013

A ESCOLHA




Desci à cidade.
Cheia de brilho e cor.
Não deixa de ser bom
Este sentimento cimentado.
Há imagens tão boas,
Como boas são todas as outras imagens.
O rio, enérgico imparavel,
Dá-me um rasgo de admiração
Que impulsiona o amor pela vida.
Admiro o que é belo,
Dentro e fora da conveniência.
Toda a política correcta,
Apenas serve a imagem que detesto.
O espaço do cimento
Pode ser tão bonito como a natureza.
Natureza humana, é arte
Interligada a toda a necessidade.
Sei que o necessário é subjectivo.
Sei do devaneio desnecessário,
Que sempre abusa da minha paciência.
Sei de tantas coisas e não sei de nada.
Apenas me adapto.
Apenas e instintivamente humano.
Descer à cidade,
Arte criativa sem penalizar a vida,
É uma outra forma inteligente
De tentar ser um pouco como gostaria.
As cores dos reflexos,
São como a sombra que me deforma e,
Por mais que tente nunca me altera.
O campo é natura assumida por Deus.
A cidade é o devaneio do Homem
Em pleno teste divino de existência.
Prefiro viver em comum,
Admirar respostas que não encontro,
Perseguir perguntas que me confundem,
Admirando o que tem de ser admirado.
A alternativa, é uma forma de vida,
Escolher é ser livre e pensamento,
Viver escolhendo,
É ser livre;
Vivendo.

12NOVEMBRO2013

domingo, 10 de novembro de 2013

AMEI O MUNDO



Apenas ouvi o tempo que
Passou devagar.
Passou o firmamento
Imenso.
Estrelas e brilhos
Cores que só a noite tem.
Definhei no meu nada
Desde madrugada
Na minha pequenez
Imensa.
Todo o tempo do mundo
Transformei eu aqui.
O selvagem domado
Em glaciares idos
No degelo de tantas almas.
A minha, subiu e voou
até aos píncaros da felicidade.
Fui águia
Planei no campo dos Deuses
Onde todas as presas
Não servem de alimento.
Todo o frio, não foi causa
Que me acordou a pele;
Só a sofreguidão dos olhos.
O Fogo foi terno e acolhedor
Um aconchego dominante
Que me afagou a dor.
O Ar alimentou a perspectiva
De toda a existência.
A Água desfilou
Como lágrimas possíveis
Que desaguaram em memórias.
A Terra foi poiso de sensações
Todas, as que ninguém esquece.
Natureza pura
Homem verde interligados.
Ligaram os Mundos
Sonho e realidade paralelos.
Amei o mundo.
Amei a vida
Como nunca!
E fico!

10NOVEMBRO2013