quarta-feira, 19 de julho de 2017

SEM MEDO DE PERDAS






Quando o céu adormece,
E a escuridão se ilumina,
É especial o carácter da vida.
Os Mestres sabem falar
De todos os mistérios.
Criam um pátio, palco teatral
Onde os mortais se acomodam
Em supostos lugares pre destinados
Numa plateia sossegada
Num anfiteatro criado à medida.
Só revelam o necessário
Para alimentar a herança da dúvida!
Assim eles dizem, assim eles fazem.
São os anjos, flamejantes máquinas
De Gigantes bíblicos infiltrados?
São os escribas, retomas encomendadas
E alimento para culturas diferentes?
Romantizada é a História,
Que os olhos lêem por tempos
Até que o Tempo os engane.
Nada do que era o é agora.
Sobra sempre o que está acima,
Falta sempre o que está abaixo!
Hermética comunicação dos Deuses,
Ou filosofia de uma existência
Que nos transforma em nano seres
Inventados para entretenimento?!
É certo que pensando,
Temos de adiantar o jogo,
Vivendo-o com individualidade.
Ser livre é a base da lei!
Por isso sou livre,
Por isso penso e digo o que penso.
Não invento, mas assimilo os Ensinos.
Quero aprender, porque é esse o jogo.
Um jogo sem fim,
Este que nos toca jogar.
Joguemos sem medo de perdas
Porque tudo se transforma,
Na forma, entre o corpo e a Alma.




19JULHO2017



domingo, 9 de julho de 2017

HORA DE NADA






É hora de nada.
Absolutamente nada.
Vazios.
Vazio e vácuo.
Inércia.
Silêncio.
Ausência.
Saudade.
É hora de nada!




09JULHO2017

terça-feira, 4 de julho de 2017

A PORTA DO INFINITO





Converter tudo o que sei
Tudo o que quero saber,
Num câmbio emocional,
Seria o negócio do século.
Os impérios ainda existem
Procurados sem coordenadas
Nem tão pouco fronteiras físicas.
Queria um Quinto Império
Anunciado por um Mestre
Que me deu esta paixão.
A auréola, é a conquista
Que cerca o meu estado passivo
De uma devoção não anunciada.
É complexa a caligrafia
Que só o Criador decifra.
Cá em baixo, sinto-me
Assim, ambíguo e vasto
Como se estivesse em cima
Por ser tudo igual.
Só não sei as proporções,
Mas sei da linha divisória
Que mais perto fica
Das janelas das Almas.
Ver. Ver o horizonte
O acima e o abaixo,
Nesta cabala inacabada
Que me estanca a inteligência.
São anciãos que me dizem
De história acumulada
Entregue e edificada
Por guerras de anjos
E fogos de um céu azul.
Romantizar traiu-me.
A sentença foi dada,
O incompleto será eterno.
Conhecimento
É a porta do Infinito.




04JULHO2017

PREOCUPAÇÃO







Preocupação.
Um alvo reverso
às pétalas de rosas.
Espinhos,
Sangue arranhado
por dores agradáveis.
A seiva e
O silêncio.
A homilia da fé,
O exagero do acreditar
A falta de exclusividade.
Desabafos
Pelas orquídeas,
Sensuais ao desejo
na flor do teu corpo.
O espaço
A turbulência inexplicada,
E a genialidade própria.
Pintar-te.
Aguarela ou pigmento
Sulcos, vales e vento
E a fonte de onde bebo.
Preocupação?
Não!
Não! Não!
Perdição nesta efémera estadia
Deleite de noite e de dia,
Porque amar, é além dos corpos.
Mas com eles, sempre neles e
Dentro deles.
Como nós.
Almas...
Mistério e espírito.
De um pai
De um filho
De um Santo,
Aflito pela Eternidade!



04JULHO2017



domingo, 2 de julho de 2017

MULTIDÃO INDECIFRÁVEL







Reparei nos lábios das pessoas
Que passaram por mim
Durante uns minutos.
Tentar entender a complexidade
Não é tarefa fácil para curiosos.
Todo o mecanismo do meu corpo,
Dos outros corpos, indivíduos,
Grupos, civilizações, etc
É drástico, se pensar em resultados.
A procura é infindável
Um infinito pleno, sem resultado.
Ser corpo, ser carne e espírito
Ser amigo, amante, pai, mãe e nada,
São pormenores desta moldura viva.
Tenho esta irrevogável sensação
De ser uma marionete, ou programa
De um jogo mais que avançado,
Onde o ser génio, já não é genialidade.
Os adjectivos são imensos,
Quase todos aplicáveis
Por esta linguagem matemática,
Que é a certeza de existir.
Queria ser quântico,
Poder esterilizar o mal
De forma irreversível.
Explorar e alterar a Criação...
Queria tanta coisa. Querer,
Querer é poder, por esperança.
Os lábios, falavam enquanto
A multidão incontável,
Ondulava ao nível da minha vista.
É um espectáculo peculiar!
É algo de não copiável
Que o momento proporciona.
Só as cabeças, cabelos, chapéus,
Adereços, carecas, rastas,
Homens, mulheres e crianças...
Um mar de movimento,
Um aglomerado quantitativo
Sem me transmitir qualidade.
Apenas curiosidade.
E é curioso, como os corpos
Tão mecanizados interiormente
Processam atitudes tão frágeis,
Doces, ambíguas, perversas...
O que tentei ver, debalde,
Sem glória, era algo de diferente.
O perigo, escondido na Alma
Que fosse possível interpretar.
Não é possível sem olhar os olhos.
Somos uma raça animal,
multiplicada por manipulação.
Um jogo dos Deuses.
Só as crianças me entendem!



01JULHO2017

sábado, 1 de julho de 2017

UM POUCO DE DEUS





Ter um mar imenso
Neste olhar vazio,
Mais perto do silêncio
Que de mim próprio,
Não é acaso.
A mistura de cor,
É mágica no horizonte.
Azul do imenso espaço,
Azul de um mar qualquer.
E eu, nano proporcional
A uma grandeza mística
Impossível de alcançar.
Sobra a fé
Os locais de culto
E o que me apetece pensar.
É sentir!
É apenas sentir que
Sou um pedaço da criação
Da razão incógnita de ser,
Porque fui eleito invólucro
De uma Alma que me cansa.
O corpo pouco importa,
Tem esta estupidez
Chamada de sensação,
Onde o fantástico,
Se mistura com dor.
É aí que aponto o dedo.
Aponto o dedo ao horizonte
Exactamente a uma linha,
Imaginária, que separa os azuis.
O dedo sente, como eu
Um "efeito borboleta"
Que me amaina o impreciso.
Se me deitar agora,
O filme gravado pela Alma
Não pára e cresce ainda mais
Para uma grande produção
Interna, megalítica, mística
Que me relega a um ponto
No meio deste círculo.
Assim sou Eu,
Um pouco de Deus!



01JULHO2017